terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O perigo de não perceber o perigo

Imagine a cena: um homem entra em um buraco profundo com a ajuda de uma escada de uns 30 metros. Quando está quase no final da escada, cai desmaiado no fundo da cratera. Vem um outro homem, ao tentar descer para ajuda-lo, também entra no buraco e desmaia. E assim sucessivamente. Ao final, o acidente gerou vários vítimas simplesmente por eles não saberem que aquela atmosfera estava impregnada por um gás letal. Um perigo que para eles era invisível.
                É desta maneira que os bebês e as crianças lidam com os riscos que os cercam. Eles tem uma curiosidade muito grande de conhecer o mundo. Enquanto não adquirem mobilidade, olham para tudo. Depois chega a fase de colocar tudo na boca, lá pelos 6 ou 7 meses. Quando começam a se locomover, 8 ou 7 meses, querem colocar o dedinho em todos lugares possíveis. Todavia, a mania de colocar tudo na boca ainda não acabou. Lembro-me de um pai que me contou que a primeira vez que levou a filha na praia ela comeu areia! Então, eles começam a ficar de pé, além de engatinhar. Não só querem tocar em tudo, como querem puxar tudo. Daí as situações de risco se multiplicam! E nem por isso eles começam a “ver” os perigos. Ainda há uma longa caminhada até eles terem consciência das suas atitudes.
                Pelo quadro apresentado acima é tão importante os pais adotarem uma postura prevencionista frente as situações. Essa postura se traduz em olhar para os lugares onde o bebê vai passar como uma pergunta na mente “se eu não tivesse percepção do perigo, onde eu mexeria?”. Outra ferramenta é observar seu filho. O que seduz olhos dele? Onde ele quer tocar, mexer, colocar na boca? Nessa visão, você antecipa os perigos que o rodeiam e os controla da melhor maneira possível. Veja que você não vai controlar seu filho o máximo possível e sim os riscos do ambiente. Manter vigilância constante em seu filho não é deixa-lo “preso” no berço. É deixa-lo brincar em um quarto com o piso emborrachado, sem lugares para ele subir, com tomadas protegidas, janela com redes de proteção dentre outras medidas de segurança. Em Segurança do Trabalho, não impedimos que o homem trabalhe, mas o cercamos com mecanismos que mesmo uma distração, excesso de trabalho ou estresse não seja possível ocorrer o acidente.
                É claro que nunca é possível ter um mecanismo 100% seguro. Mas conhecer os riscos que cercam nossas crianças, nos auxilia a saber como protege-las.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Elevadores

Todos os finais de semana, eu pego meu pequenino para irmos a padaria comprar o pão para o café-da-manhã. Sempre no carrinho de passeio. Esse final de semana em especial, como íamos sair de carro, desci com meu bebê, então com 11 meses, no braço. (Um chumbinho!) Curioso como toda criança inteligente, ele colocou a mãozinha na janelinha do elevador. Os elevadores mais modernos, a porta é totalmente lisa. Esses elevadores já seguem as regras de segurança em relação a proteger espaços vazios de equipamentos que se movimentam. Voltando ao elevador com meu bebê. Quando eu vi, aquela mãozinha sendo levada pela porta do elevador se abrindo, eu gelei! Por alguns instantes vi minha querida mãozinha imprensada entre as portas do elevador. Meu coração parou! Mas ele soltou a porta antes que tudo isso acontecesse.
                Quanto mais observo o comportamento do meu bebê, mais aprendo como aplicar os fundamentos de segurança do trabalho no mundo que nos rodeiam. Uma das matérias estudadas é segurança em máquinas. Essas são responsáveis por várias lesões nos membros superiores (dedos e mãos) principalmente pelas partes móveis a mostra. Esse episódio me fez acordar para mais esse risco para os pequeninos. Os trabalhadores normalmente se ferem por distração, excesso de horas de trabalho, estresse e problemas pessoais. Nossas crianças por simplesmente não saber que se colocar o dedinho podem se machucar seriamente. Então, cuidado com ventiladores, elevadores com espaços livres, brinquedos que se movam sozinhos, etc.  Deve-se ter especial cuidado ao comprar um brinquedo para crianças abaixo de 4 anos, teve-se ter uma visão prevencionista. Deve-se imaginar como a criança poderia se ferir para evitar-se o acidente. Compre sempre brinquedos para idade indicada e com selos do INMETRO. Olhe para sua casa como uma grande fábrica. Onde está o risco? Onde meu bebê não pode ficar sozinho? Onde ele deve aprender a não colocar mãozinha?
                Eles precisam andar de elevador, saber que ele nos faz bem. Aliás, é o meio de transporte mais seguro do mundo. Mas nós, que temos consciência dos riscos ao nosso redor, temos que protege-los quando necessário.

O por quê desse blog

A ideia desse blog nasceu um tempo depois que meu anjinho veio ao mundo. Formada em Engenharia de Segurança do Trabalho, trabalhando com estudos de riscos e a preocupação em deixar o ambiente o mais seguro possível para meu pequenino me fez começar a pensar como meu trabalho poderia contribuir para proteger meu bebê. Conversando com uma amiga do trabalho que também tinha uma filhinha pequena na época, imaginei como dividir minha experiência e vivência em segurança com outras mamães e papais. Nesse contexto comecei esse blog.
Minha primeira formação é Engenharia Química, cinco anos depois fiz pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho. Hoje trabalho na Petrobras e analiso, junto a um time maravilhoso, os riscos dos projetos de plataformas e como reduzi-los. Tenho um lindo filho que em 6 de fevereiro completa 1 ano de vida e muito amor. Sou casada com o melhor cozinheiro do mundo (pelo menos para mim). E tenho meu trabalho de conscientização e prevenção de acidentes com bebês quase como um vício pois uniu dois assuntos que preenchem minha mente permanentemente (juntamente com o amor da minha vida).